Veja o album de fotos do torneio.
David Borensztajn, nosso associado, tornou-se enxadrista-repórter e mandou-nos uma colaboração sobre o que rolou por lá.
Acompanhemos o relato do sócio:
Visão do zonal 2.4 realizado em Manaus.
A cidade de Manaus é um lixo total, como já havia dito anteriormente. Trânsito enlouquecido, muito ambulante e sujeira nas ruas. Como pontos turísticos a serem vistos há o Mercado de Peixe (incrível), o famoso Teatro e o Palácio Rio Negro, que foi a residência de um barão alemão na época áurea da borracha (faliu e voltou para seu país). A famosa zona franca fica longe e os preços, nas lojas não é menor do que no Rio, chegando, até a serem mais caros para certas coisas.
O Hotel Tropical onde foi realizado o torneio é um 5 estrelas (não sei como), enorme, que conta inclusive com um pequeno zoológico onde se pode ver onça, macacos, e outros animais (capivara inclusive, não só no salão de jogos).O serviço deixou muito a desejar, especialmente o de camareiras. Não sei como o hotel pode ter 5 estrelas, mas sou suspeito para dizer isto em razão das minhas andanças pelo mundo….
Os preços são caríssimos em Manaus e no hotel em particular onde cheguei a pagar R$16,oo (!!) por duas xícaras de café, um absurdo total. Bem fez o Kleber ao hospedar-se no outro hotel que fica no mesmo parque.
Além disso, o hotel fica longe do centro e não havia nada para se fazer, especialmente para os acompanhantes, a não ser que pagassem a bagatela de R$60,00 de táxi por um percurso de poucos minutos até o centro. Poucos minutos de carro, evidentemente, pois andar no calor de Manaus só para camelos acostumados ao deserto…
O salão de jogos não poderia ser melhor. Enorme, super refrigerado, mesas boas com toalhas brancas (parecia a Alex….), relógios digitais em todas as mesas e peças idênticas, salvo algumas melhores trazidas pelos jogadores.
Veio gente de praticamente o Brasil todo e de todas as idades (descobri que o nosso Baeta era o mais velho, com 70 anos, e eu era o segundo (65,embora não pareça).
Alguns jogadores usaram camisetas ou casacos esportivos de seus respectivos clubes, federações ou países (Peruanos e um único boliviano).
Não houve problema algum na arbitragem excelente do Elcio que contou com a ajuda de outros árbitros que passavam incessantemente entre as mesas para evitar qualquer problema.
O comportamento dos jogadores foi exemplar, excetuando-se as habituais caretas e tiques nervosos.
Uma das sensações do torneio foi a da peruana Deysi Cori que jogou praticamente o torneio todo nas primeiras mesas. A equipe do Perú veio com um dirigente-treinador e ficavam analisando e estudando o dia todo. Muito simpáticos e gentis.
O torneio teve a entrega dos diplomas de Mestre Nacional a alguns (eu inclusive) no seu início que contou com a presença do GM Darcy Lima e de uma autoridade local e sem muitos discursos.
Duas pequenas críticas: a-o café foi servido com parcimônia demais, com 2 garrafas térmicas por rodada, o que é pouco para mais de 80 jogadores; b-a digitação das partidas foi muito demorada em razão da pouca experiência de um dos encarregados e de muitas planilhas praticamente ilegíveis. Os jogadores precisam aprender a anotar!! O árbitro principal, Elcio, teve de ajudar na passagem das partidas, além de resolver tudo o mais.
O emparceiramento era lançado minutos após as rodadas, o que foi ótimo para quem se dava ao trabalho de estudar o futuro adversário.
Os vencedores foram aqueles já esperados, pois a turma de cima era muito forte, como de resto o próprio torneio que mostrou que há gente no país inteiro que sabe jogar bem, independentemente da idade ou do lugar.
O ambiente de camaradagem foi excelente e o famoso passeio para se ver o encontro das águas foi aproveitado por muitos (eu não fui pois já o havia visto em janeiro).
Do Rio, além de mim, foram o Kleber, Baeta e José Carlos Ferreira todos com razoável atuação (menos a minha, como de hábito, salvo na primeira rodada onde ganhei do fortíssimo Madeira com um sacrifício de qualidade posicional sensacional que mereceu até elogio do GM Darcy).
Na última rodada não joguei, nem o Kleber, pois nossos voos eram para horários que não permitiriam jogar partidas que poderiam se arrastar por mais de 5 horas. Houve uma que durou mais de 6 horas!! Numa das rodadas duplas joguei praticamente 9 horas num único dia! Coisa demais para um senhor de provecta idade como eu.
Acho que o Kleber pode dar sua opinião também.
David, o repórter